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Estudo do Ipea estima investimento médio entre R$ 301 e R$ 394 por habitante ao ano para garantir acesso universal a água tratada e coleta de esgoto no país até 2033.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou um novo estudo que dimensiona um dos maiores desafios da infraestrutura brasileira: levar água e esgoto para todos os cidadãos. Segundo o levantamento, o custo médio anual para universalizar o saneamento básico no país ficaria entre R$ 301 e R$ 394 por pessoa, variando conforme a eficiência de gestão e as condições regionais de cada município.
O estudo considera as metas do Marco Legal do Saneamento, que prevê a universalização dos serviços de água potável e tratamento de esgoto até 2033. Hoje, cerca de 35 milhões de brasileiros ainda vivem sem abastecimento regular e quase 90 milhões não têm acesso à rede de esgoto — um retrato das desigualdades que persistem no país.
De acordo com o pesquisador do Ipea Thiago Oliveira, o valor é viável, mas depende de planejamento:
“O investimento não é inalcançável. O que falta é coordenação entre os entes federativos e modelos de gestão que garantam eficiência e transparência.”
O levantamento aponta que, além dos investimentos diretos, o saneamento traz retorno econômico e social. Cada real aplicado na área pode gerar até R$ 4 em benefícios, como redução de gastos com saúde, valorização imobiliária e aumento da produtividade.
Para municípios menores, o desafio é maior: a baixa densidade populacional e a dificuldade de financiamento dificultam a implantação de sistemas completos. O Ipea defende a criação de consórcios intermunicipais e parcerias público-privadas (PPPs) como alternativas para viabilizar as obras e acelerar o avanço das metas.
O estudo reforça que investir em saneamento é investir em qualidade de vida, saúde e desenvolvimento — e que o custo de não agir será sempre muito maior.
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)

