Crédito: Prefeitura de Natal
Quase metade dos estudantes do Grande Rio convivem com violência armada. Saiba o que os gestores municipais podem fazer para proteger alunos e escolas.
Em maio de 2025, um relatório publicado pelo UNICEF e o Instituto Fogo Cruzado, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), trouxe dados alarmantes: 48% dos estudantes do Grande Rio convivem com tiroteios e violência armada nas proximidades das escolas. A situação compromete não apenas o desempenho escolar, mas também a integridade física e psicológica de milhares de crianças e adolescentes.
O Cenário Atual:
O estudo abrangeu 19 municípios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e contabilizou 4.401 tiroteios em 2022, com 1.714 ocorrências apenas na Zona Norte da capital fluminense. Esse tipo de violência impacta diretamente:
A frequência escolar;
O rendimento acadêmico;
A saúde mental dos estudantes;
O clima escolar e o relacionamento com a comunidade.
Impactos Diretos na Educação Municipal:
Estudos apontam que alunos que convivem com ambientes violentos apresentam maiores taxas de evasão escolar, trancamento de matrículas e reprovação. Além disso, professores e funcionários também se sentem inseguros, o que compromete a continuidade do trabalho pedagógico e a manutenção de programas educacionais.
Recomendações para os Gestores Municipais:
Diante desse quadro, a atuação dos gestores municipais deve ser rápida e integrada. Entre as estratégias sugeridas estão:
Mapeamento de áreas de risco em torno das escolas, utilizando dados de segurança pública para estabelecer rotas alternativas e corredores seguros para os estudantes.
Implantação de programas de proteção escolar, em parceria com guardas municipais, conselhos tutelares e lideranças comunitárias.
Apoio psicossocial permanente, com psicólogos escolares e capacitação de professores para lidar com traumas e situações de crise.
Integração com órgãos de segurança estaduais e federais, buscando a atuação em rede no enfrentamento de facções e tráfico de drogas nas imediações escolares.
Investimento em cultura, esporte e cidadania, utilizando a escola como polo de transformação social.
Boas Práticas em Destaque:
Cidades como Niterói (RJ) e Maricá (RJ) têm adotado a implantação de patrulhas escolares comunitárias e centros de mediação de conflitos nas escolas. O impacto tem sido positivo na permanência dos estudantes e na criação de ambientes de aprendizagem mais seguros.
Conclusão:
Combater a violência nas escolas é, acima de tudo, garantir o direito à educação e à vida das crianças brasileiras. O poder público municipal deve assumir o protagonismo, articular soluções e transformar os dados alarmantes em planos de ação concretos.
Fontes:
UNICEF Brasil (Maio/2025)
Instituto Fogo Cruzado
Universidade Federal Fluminense (UFF)
Jornal O Globo (edição de 29/05/2025)

