Lançado pela Netflix no fim do ano de 2021, o filme “Não Olhe Para Cima” faz uma crítica direta a forma como alguns governantes conduzem as questões emergenciais de maior impacto para a sociedade, podendo-se considerar como uma verdadeira sátira ao negacionismo, de um modo geral.
Para muitos, o filme se traduziu como uma comparação frontal ao atual cenário da pandemia e a forma como os governante estão lidando com a mesma, em especial o próprio Presidente da República.
Seja na ficção, seja na vida real, o embate entre aqueles que pediam o “olhem para cima” e os que pediam para “não olhem para cima” era uma guerra de narrativas, na tentativa de convencer a maioria a seguirem suas crenças, embora parte destes fossem apenas conduzidos por uma crença criada e pautada em especulações e interesses baseados em simples achismos, e, ainda, em grande parte, em interesses econômicos e pessoais.
Fato é que, em um ou outro caso, a comparação com o cenário que nos rodeia é impressionante, trazendo a tona a discussão acerca do futuro que nos reserva, caso realmente sigamos aqueles que nos “conduzem”, futuro que o filme retratou de modo tragicômico como uma tragédia anunciada para o que, por certo, não desejamos, verdadeira viagem de olhos fechados para o abismo social, moral, econômico e político.
O mau uso da tecnologia, pautada pela constante disseminação de desinformação, como se verdade fosse, pelas redes sociais e pelos grupos de whatsapp, faz com que a população desacredite a própria ciência e siga pelo que recebem de parentes, amigos e, o mais absurdo, de algumas autoridades, muitos que acabam replicando essas notícias de forma inocente, outros que o fazem com o interesse direto de criar factoides, para benefício próprio ou de terceiros, que acabam gerando ainda mais confusão no público em geral.
Diante desse cenário, o filme, e, em especial o momento atual brasileiro, convida-nos a uma forte reflexão, que nos obriga a exigir uma postura proativa e centrada dos governantes e da própria sociedade, no sentido de para onde devemos olhar, que bem diferente da arte, na vida, a nossa direção sempre deve ser para frente e depende, tão somente, de nossas escolhas.
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