O prefeito licenciado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), teve que ser internado hoje na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, após apresentar um sangramento no estômago. A informação foi confirmada ao UOL pelo infectologista David Uip, médico pessoal de Covas e que acompanha o tratamento dele contra o câncer. No fim de semana, o prefeito passou mal —teve náuseas e vômitos— e foi ao hospital fazer exames, que apontaram uma lesão com sangramento na região da cárdia, que liga o esôfago ao estômago, onde o prefeito descobriu o primeiro tumor, em 2019.
O prefeito interino de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), assumiu o mandato nesta segunda-feira, 3, com uma lista de tarefas deixada por Bruno Covas (PSDB) para seu secretariado e com determinação vinda da base governista na Câmara Municipal de tocar os projetos já anunciados pelo prefeito licenciado.
Nunes tem apoio político do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite (DEM), seu aliado há oito anos, e do governador João Doria (PSDB), com quem buscou reconstruir pontes quando as relações entre Prefeitura e Estado se desgastaram, nos dias mais agudos da pandemia do coronavírus.
A equipe montada por Covas para administrar a Prefeitura neste mandato tem, em seu núcleo duro, colegas de partido em que o prefeito afastado confia desde os tempos de juventude. É formado pelos secretários Alexandre Modonezi (Subprefeituras), Orlando de Faria (Habitação), César Azevedo (Urbanismo e Licenciamento), Ricardo Tripoli (Casa Civil) e Rubens Rizek. A eles, e também ao secretário da Saúde, Edson Aparecido, Covas deixou, antes de se afastar, uma determinação de dar prosseguimento a um cronograma interno que previa o término de 270 projetos tidos como fundamentais – eram ações que deveriam ter sido concluídas nos 100 primeiros dias de governo.
O prefeito interino não faz parte desse núcleo duro, mas sabe da missão repassada e já indicou aos colegas que não pretende fazer nenhuma correção de rumos. Os secretários de Covas pontuam, nos bastidores, que não houve nenhuma determinação do prefeito para tentar submergir Nunes ou atuar para que ele tenha uma gestão apagada nesse período de afastamento.
No cargo, Nunes contará com apoio da Câmara, que também espera as mesmas condições de temperatura e pressão vindas do Executivo. Nesta terça-feira, os vereadores devem votar em segundo turno um Programa de Parcelamento Incentivado (PPI) que isentará de multas contribuintes inadimplentes, e aguardam uma sanção sem vetos do que for acordado.