Crédito: Foto: Letícia Teixeira Prefeitura de S.C.S. SP, Foto: Divulgação Prefeitura Municipal Jaragua do Sul
A saúde urbana como eixo da transformação nacional
| A atuação das equipes de saúde da família é a base da nova saúde urbana em municípios de todos os portes. |

Uma nova agenda urbana para a saúde pública nas cidades do Brasil e o peso da Saúde como conceito balizador na geração de tomadas de decisões dos Órgãos e Agentes Públicos Municipais, Federais e Estaduais sobre os investimentos em Saúde nos municípios brasileiros são princípios para, cada vez mais, proporcionar saúde urbana nas pequenas, médias e grandes cidades com qualidade de vida para os brasileiros de todas as regiões do País.
De fato, a saúde das pessoas nasce, se mantém ou se perde no espaço urbano. Partindo desse conceito, a concentração da população brasileira nas cidades transformou a lógica da saúde pública, colocando os municípios como protagonistas na formulação e execução de políticas sanitárias. Com mais de 84% da população vivendo em áreas urbanas, segundo o IBGE (2022), as cidades passaram a ser o principal território de produção ou negação da saúde. A chamada “nova agenda urbana da saúde” propõe uma mudança de paradigma: a saúde não deve ser vista apenas como ausência de doença ou responsabilidade de hospitais, mas como um projeto transversal de qualidade de vida, que envolve saneamento, mobilidade, habitação, alimentação, segurança, meio ambiente e participação social.
Hoje, os investimentos federais e estaduais em políticas públicas municipais são cada vez mais balizados por indicadores de saúde e qualidade de vida. Programas como Mais Médicos, Previne Brasil, Novo PAC Saúde, entre outros, colocam os gestores municipais no centro da estratégia nacional.
A saúde tornou-se critério para liberação de verbas, ranqueamento de políticas e definição de prioridades. O território municipal é o lugar onde as metas se tornam práticas. Isso exige que prefeitos, secretários municipais e equipes técnicas compreendam a saúde como algo além das UBSs — ela precisa estar presente no plano diretor, no orçamento e nas decisões intersetoriais.
Municípios protagonistas: desafios e oportunidades
Dos 5.570 municípios brasileiros, mais de 70% possuem menos de 50 mil habitantes, segundo dados do IBGE. Neles, o desafio da saúde pública passa por falta de profissionais, baixa cobertura de saneamento, infraestrutura precária e distâncias regionais. Já nos grandes centros, os problemas são a superlotação dos serviços, violência urbana, doenças crônicas e desigualdade de acesso. Mesmo com essas diferenças, o município é o ente responsável pela atenção primária à saúde, pela articulação dos conselhos municipais, pelo controle epidemiológico local e pela aplicação de políticas nacionais.
Em algumas cidades do Brasil, consideradas polos regionais de saúde – tendo como critério de avaliações os indicadores como infraestrutura de saneamento básico, oferta de leitos, profissionais qualificados e investimentos públicos no combate à mortalidade infantil, dentre outros conceitos divulgadas pelos órgãos oficiais de saúde – apontam um ranking das 100 melhores cidades no Brasil que mais de destacam no setor e na gestão da saúde pública nos municípios brasileiros.
| Florianópolis alia saúde preventiva, saneamento e acesso qualificado aos serviços públicos com foco na qualidade de vida. |

| Foto: Divulgação UFSC |
Começamos por Florianópolis, capital de Santa Catarina, que vem se consolidando como referência nacional em saúde pública e qualidade de vida urbana. Segundo o ranking das 100 melhores cidades brasileiras em saúde, divulgado por fontes como o Instituto Trata Brasil, Fiocruz, CNM e dados cruzados do IBGE e Ministério da Saúde, o município ocupa posição de destaque quando o tema é gestão integrada e resultados na saúde coletiva.
O levantamento considera indicadores como a cobertura de saneamento básico de água e esgoto tratados, a oferta de leitos por habitante, o número de profissionais da saúde por mil habitantes, a taxa de mortalidade infantil, os gastos públicos per capita em saúde, a cobertura vacinal e estrutura da atenção primária e a presença de serviços especializados, hospitais regionais e universitários. Com população estimada em cerca de 550 mil habitantes, Florianópolis consegue manter índices próximos aos de países desenvolvidos em algumas áreas, especialmente na atenção primária, combate à mortalidade infantil e saneamento universalizado.
Saneamento como base da saúde urbana
Um dos principais pilares para o bom desempenho da capital é o investimento histórico em saneamento básico. Segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), mais de 98% da população tem acesso à água tratada e 93% à coleta e tratamento de esgoto, uma realidade muito superior à média nacional.
Outro fator-chave no sucesso da capital catarinense é a governança baseada em evidências. A Prefeitura utiliza painéis de BI (Business Intelligence) para monitorar em tempo real a performance da rede pública, avaliar o desempenho das unidades e planejar ações com base em georreferenciamento e demanda real. A transparência orçamentária e os investimentos contínuos também são destaque: o município investe acima do mínimo constitucional de 15% da receita corrente líquida em saúde, ultrapassando os 21% nos últimos anos.
A combinação entre educação, planejamento urbano, saneamento, investimento tecnológico e valorização do SUS coloca Florianópolis entre as referências nacionais. Cidades de médio e grande porte buscam replicar estratégias implementadas na capital catarinense como parte de uma nova agenda urbana da saúde no Brasil.
Ainda na região Sul do País, Curitiba (PR) vem logo em seguida e se destaca como uma das poucas capitais com acesso universal à água tratada e índices acima de 90% de coleta e tratamento de esgoto, segundo o SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento). Essa infraestrutura sólida contribui diretamente para reduzir doenças de veiculação hídrica, diminuindo internações por diarreia e doenças parasitárias, e fortalecendo a prevenção na infância. Com uma das menores taxas de mortalidade infantil entre capitais do Brasil, Curitiba colhe os frutos de décadas de investimentos em atenção pré-natal, planejamento familiar, vigilância nutricional e educação em saúde. A integração entre os serviços da Secretaria de Saúde, a assistência social e a educação infantil fortalece o cuidado nos primeiros mil dias de vida da criança.
A gestão curitibana tem como diferencial o uso de dados epidemiológicos em tempo real para planejamento de ações, distribuição de recursos e avaliação do desempenho das unidades de saúde. A cidade também investe em projetos de participação social, como os Conselhos Locais de Saúde e o “Saúde em Ação”, que estimula o engajamento da comunidade nas decisões e prioridades da rede. Curitiba demonstra que é possível oferecer saúde pública de qualidade com planejamento, participação social, infraestrutura e inovação. Sua experiência inspira outras cidades brasileiras a adotarem modelos integrados e eficientes de atenção primária, rede hospitalar, gestão territorial e políticas públicas orientadas por dados.
| Com milhares de leitos e unidades de saúde, São Paulo se destaca pela capacidade de atendimento e inovação em saúde pública |

| Foto: Suamy Beydoun/AGIF – Agência De Fotografia/Estadão Conteúdo |
São Paulo, maior cidade da América Latina, se destaca como o principal polo regional de saúde do Brasil, com uma infraestrutura robusta que atende tanto a sua população quanto pacientes vindos de diversas regiões do país. Com mais de 12 milhões de habitantes, a cidade abriga uma das maiores redes públicas e universitárias de saúde da América Latina, composta por hospitais de alta complexidade, centros de especialidades, unidades básicas e estruturas de vigilância epidemiológica e sanitária.
A cidade conta com mais de 30 mil leitos hospitalares públicos e privados, Hospitais universitários de referência, como o Hospital das Clínicas, maior complexo hospitalar da América Latina, Rede de AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) que descentralizam o atendimento, UPAs, UBSs e hospitais municipais distribuídos por toda a capital, Atendimento 24h com SAMU, Rede Hora Certa e CAPSs para saúde mental e, Além disso, é sede de grandes centros de formação e pesquisa como a Faculdade de Medicina da USP, Escola Paulista de Medicina e Instituto Butantan.
Outro ponto fundamental que garante a qualidade da saúde pública em São Paulo é a cobertura de saneamento básico, com acesso à água tratada e coleta de esgoto em mais de 90% das residências, segundo o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Essa infraestrutura impacta diretamente na redução de doenças infecciosas, da mortalidade infantil e das internações evitáveis, especialmente em regiões de maior vulnerabilidade social.
Belo Horizonte vem ganhando destaque no cenário nacional ao transformar a saúde urbana em eixo estratégico de políticas públicas. Com mais de 2,5 milhões de habitantes e uma área metropolitana de influência regional, a capital mineira aposta em um modelo de saúde que entende o território como produtor de vida, saúde e bem-estar.
| Serviço de Atenção Domiciliar é ampliado pela Prefeitura de Belo Horizonte |

| Foto: Karen Moreira/PBH |
A máxima “a saúde nasce onde as pessoas vivem” tem guiado as decisões da Secretaria Municipal de Saúde de BH, que investe na atenção primária de base territorial, no fortalecimento da vigilância em saúde, e na articulação entre saúde, assistência social, mobilidade, saneamento e meio ambiente. Com mais de 150 Centros de Saúde espalhados pela cidade, Belo Horizonte alcançou 100% de cobertura de Estratégia Saúde da Família. Cada equipe multiprofissional atende de forma contínua um território específico, promovendo não só cuidados curativos, mas principalmente ações de prevenção, educação e vigilância epidemiológica.
A cidade é pioneira na implantação de protocolos de atendimento integrados, prontuário eletrônico unificado e acolhimento ampliado, o que reduz a superlotação dos prontos-socorros e valoriza o cuidado contínuo do cidadão em sua comunidade. Além disso, BH é referência nacional no enfrentamento à dengue, com uso de georreferenciamento, mutirões preventivos e agentes treinados.
A Prefeitura de Belo Horizonte tem consciência de que a saúde urbana depende de fatores para além das unidades de saúde. A cidade possui um plano de desenvolvimento que integra saneamento, habitação, acessibilidade e mobilidade com indicadores de saúde coletiva. Essa visão integrada é reconhecida por organismos internacionais como a OPAS/OMS, que identificam Belo Horizonte como cidade modelo na promoção da saúde e na atuação contra as desigualdades territoriais.
O futuro começa nos bairros
Belo Horizonte mostra que é possível transformar a saúde no Brasil a partir das cidades e de suas comunidades. Ao valorizar o território, investir em prevenção e priorizar o cuidado integral, a capital mineira consolida-se como eixo da transformação nacional da saúde urbana, onde a vida é cuidada na rua, no lar, na escola, no posto de saúde e no cotidiano das pessoas.
Em meio aos desafios das grandes cidades brasileiras, Niterói (RJ) vem se consolidando como referência nacional na condução de políticas públicas de saúde urbana. A cidade compreende que a saúde das pessoas se constrói no cotidiano das comunidades — nas ruas, nos bairros e nos espaços de convivência. Com uma população de mais de 500 mil habitantes, Niterói tem investido em ações que combinam atenção básica de qualidade, infraestrutura, saneamento e promoção da saúde, reforçando a ideia de que o bem-estar coletivo nasce da forma como organizamos nossas cidades.
Prevenção e cuidado contínuo
A cidade alcançou 100% de cobertura da Estratégia Saúde da Família, com equipes multidisciplinares que acompanham as famílias em seus territórios. Além disso, ampliou sua rede com clínicas da família, policlínicas, centros de especialidades e unidades móveis, aproximando o cuidado das pessoas. Nos últimos anos, Niterói tem figurado entre os municípios com maior investimento per capita em saúde no Brasil, segundo o Tesouro Nacional e a CNM. A cidade também atua com projetos inovadores em saúde mental, saúde escolar, saúde da população negra e da mulher. Destaca-se ainda o uso de tecnologia e dados georreferenciados para identificar vulnerabilidades e planejar ações intersetoriais em comunidades de maior risco social.
O modelo adotado em Niterói reforça a articulação entre saúde, urbanismo, mobilidade, meio ambiente e educação, numa abordagem moderna e orientada pelos determinantes sociais da saúde. A cidade também integra a Rede de Cidades Saudáveis da OPAS/OMS e desenvolve políticas alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU.
Com investimentos robustos e estrutura moderna, o município de Barueri (SP) vem se consolidando como uma das referências nacionais em saúde pública entre os municípios de médio porte. Localizada na Região Metropolitana de São Paulo, a cidade alia planejamento, tecnologia e alto investimento per capita para garantir um sistema de saúde eficiente e acessível.

| Foto: Divulgação SPDM |
A rede municipal conta com 13 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), o moderno Hospital Municipal de Barueri Dr. Francisco Moran, pronto-atendimentos, centros especializados e uma das estruturas mais completas de saúde da mulher e da criança da região. Um dos diferenciais é o investimento contínuo em tecnologia e humanização, com prontuário eletrônico integrado, telemedicina, serviços digitais e programas de acolhimento e escuta qualificada. A cidade mantém ainda políticas voltadas à atenção psicossocial, saúde do idoso, da população LGBTQIA+ e da saúde bucal, com cobertura ampliada.
Com uma gestão que une estrutura física, equipes qualificadas e políticas públicas eficazes, Barueri mostra que é possível oferecer saúde pública de excelência com visão estratégica e compromisso social.
Vitória, capital do Espírito Santo, tem conquistado reconhecimento nacional pela sua eficiência na gestão da saúde pública, figurando entre os municípios brasileiros com melhores indicadores de atenção primária e prevenção de doenças. Com uma população de cerca de 370 mil habitantes, a cidade tem como diferencial a organização territorial e o alto índice de cobertura da Estratégia Saúde da Família, que ultrapassa os 80%. A rede de saúde é formada por 28 unidades básicas, centros de especialidades, unidades de pronto atendimento e o moderno Hospital São Lucas, referência no estado.
Além da infraestrutura sólida, Vitória adota uma gestão orientada por dados, com sistemas integrados de informação em saúde, mapeamento georreferenciado de demandas e ações voltadas à vigilância epidemiológica e sanitária. A capital capixaba investe em inovação digital, com prontuário eletrônico unificado, teleatendimento e aplicativos que conectam os usuários ao SUS municipal. Também se destaca pela atuação em saúde mental, atenção à mulher e ao idoso, e por programas pioneiros como o Vitória da Primeira Infância, que promove acompanhamento integral das crianças desde a gestação.
Com ações consistentes, Vitória reduziu significativamente os índices de mortalidade infantil e internações por doenças evitáveis, além de manter altos índices de vacinação e acompanhamento pré-natal. O município também possui programas específicos para a população em situação de rua, pessoas com deficiência e comunidades tradicionais. A capital do Espírito Santo prova que é possível fazer saúde pública de qualidade, com planejamento, foco na equidade e inovação permanente — servindo de modelo para cidades de todo o Brasil.
Reconhecida por sua qualidade de vida e organização urbana, a cidade de Santos (SP) também se destaca pela solidez de seu sistema de saúde pública, com foco em atenção primária, descentralização do atendimento e programas de prevenção. Com cerca de 430 mil habitantes, o município é referência no litoral paulista por aliar planejamento estratégico e proximidade com a população. A cidade conta com uma ampla rede de Unidades Básicas de Saúde (UBS), prontos-socorros regionais, clínicas especializadas, serviços de saúde mental e centros de apoio à mulher, criança e idoso. Além disso, investe fortemente na Saúde da Família, com equipes multiprofissionais que realizam visitas domiciliares, acompanhamento de pacientes crônicos e ações comunitárias.

| Foto: Divulgação Santa Casa de Santos |
O município possui indicadores expressivos: cobertura vacinal elevada, baixo índice de mortalidade infantil, bons resultados no combate à tuberculose (doença ainda presente na região portuária), e programas de saúde mental e redução de danos bem estruturados. Contudo, como toda cidade de médio porte, Santos também enfrenta desafios, como a demanda crescente nos prontos-socorros, a pressão sobre o sistema hospitalar regional e a necessidade de ampliar a digitalização e a integração entre unidades de saúde.
Para enfrentar esses gargalos, a cidade aposta em tecnologia, formação continuada dos profissionais, humanização do atendimento e na parceria com universidades e centros de pesquisa locais. Cuidando de quem mais precisa, Santos mantém programas direcionados à população em situação de rua, comunidades tradicionais e pessoas com deficiência, além de ações específicas para a população idosa, que representa parcela significativa dos moradores.
Com planejamento, investimento contínuo e ações intersetoriais, Santos vem consolidando uma saúde pública mais próxima, resolutiva e humana — tornando-se modelo para outras cidades do litoral brasileiro.
A Prefeitura de Salvador, nos últimos anos, vem promovendo uma transformação significativa no sistema público de saúde, com ênfase na expansão da atenção básica, integração tecnológica e ações voltadas para os grupos mais vulneráveis da população. A rede municipal conta com mais de 150 unidades básicas de saúde, hospitais próprios, centros especializados e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) distribuídas de forma estratégica. A cobertura da Estratégia Saúde da Família cresceu expressivamente, superando a marca de 80% da população, resultado de um modelo descentralizado, com equipes de saúde atuando diretamente nos bairros.
A capital baiana também se destacou por adotar soluções tecnológicas como o prontuário eletrônico, sistemas de regulação online e o aplicativo “Mais Saúde Salvador”, que facilita o agendamento de consultas, exames e vacinação para os usuários do SUS. Na área de promoção da saúde, Salvador mantém programas como o “Saúde nos Bairros”, com unidades móveis que realizam mutirões de atendimento, exames e educação em saúde em áreas de difícil acesso. Também se fortalecem ações voltadas à saúde da mulher, do idoso, da população negra, quilombola e LGBTQIA+, com políticas públicas específicas e unidades de referência.
Durante a pandemia, Salvador foi referência nacional na logística de vacinação, com postos em drive-thrus, shoppings, escolas e ações em ilhas e comunidades ribeirinhas. A cidade também expandiu sua capacidade hospitalar, instalando leitos de UTI e centros de triagem em tempo recorde. Apesar dos avanços, a cidade ainda enfrenta desafios como a pressão por mais leitos hospitalares, a integração entre atenção básica e especializada, e o combate às desigualdades territoriais, que impactam diretamente os indicadores de saúde.

| Foto: Divulgação Prefeitura do Rio |
A Prefeitura do Rio de Janeiro vem implementando uma série de ações estratégicas para enfrentar os desafios históricos da saúde pública, com foco na ampliação do acesso, modernização dos equipamentos e melhoria da qualidade dos serviços prestados à população.
Entre os principais avanços, destaca-se a expansão das Clínicas da Família, que já ultrapassam 250 unidades, sendo a base do modelo de atenção primária adotado pela cidade. Essas clínicas promovem atendimento humanizado, com equipes multidisciplinares, e são responsáveis por mais de 70% da cobertura da Estratégia Saúde da Família, superando a média das grandes capitais brasileiras. Outro ponto de destaque é a digitalização da rede municipal de saúde, com a ampliação do prontuário eletrônico, agendamentos via aplicativo Saúde.Rio e integração de dados entre unidades. Essa inovação contribuiu para a redução nas filas de exames e consultas, melhorando o fluxo de atendimento nas unidades básicas e emergenciais.
No âmbito da saúde preventiva, a Secretaria Municipal de Saúde intensificou campanhas de vacinação e ações territoriais contra arboviroses, além de reforçar os programas voltados à saúde da mulher, saúde bucal, saúde mental e atenção ao idoso. A capital fluminense também ampliou o programa “Cegonha Carioca”, que garante assistência completa a gestantes da rede pública, desde o pré-natal até o pós-parto. Em relação à infraestrutura, a gestão municipal concluiu obras de modernização em hospitais estratégicos, como o Hospital Municipal Salgado Filho e o Hospital Souza Aguiar, e retomou investimentos em unidades como o Hospital da Piedade. Houve também reforço nos contratos com Organizações Sociais para gestão compartilhada de UPAs e hospitais, buscando maior eficiência na gestão e redução de custos.
Apesar dos avanços, a cidade ainda enfrenta gargalos, especialmente nas emergências e na regulação de leitos. A demanda reprimida por cirurgias eletivas e exames especializados é um dos principais desafios herdados do período pandêmico, agravado por questões estruturais crônicas da rede. Com um orçamento crescente para a área da saúde, a Prefeitura do Rio de Janeiro segue apostando em parcerias, tecnologia e territorialização como pilares de uma gestão mais resolutiva, transparente e orientada para resultados.
Balneário Camboriú, um dos principais destinos turísticos de Santa Catarina, tem se destacado não apenas pelo desenvolvimento urbano, mas também pelos avanços na área da saúde pública. A cidade conta com uma rede estruturada de atenção básica, composta por diversas unidades de saúde da família (USFs), que oferecem atendimento clínico, odontológico, vacinação e programas de prevenção. O Hospital Municipal Ruth Cardoso é referência regional e desempenha papel fundamental nos atendimentos de média e alta complexidade. A unidade possui pronto-socorro 24h, centro cirúrgico e maternidade, além de serviços especializados como ortopedia, cardiologia e pediatria. A prefeitura tem investido em tecnologia e ampliação de serviços, com destaque para o atendimento humanizado e a modernização dos equipamentos hospitalares.
Além disso, o município realiza campanhas periódicas de vacinação, prevenção ao câncer, saúde da mulher e do idoso. Programas como o “Saúde na Praça” e ações itinerantes reforçam o cuidado com a saúde preventiva e o acesso da população às informações e atendimentos. Um dos diferenciais de Balneário Camboriú é o investimento em saúde mental, com centros de atenção psicossocial (CAPS) que acolhem e tratam pacientes com transtornos mentais e dependência química. A cidade também atua na integração com o SUS, garantindo acesso a exames e consultas especializadas via regulação estadual.
Apesar dos avanços, desafios persistem, como a alta demanda sazonal durante os períodos de verão e feriados prolongados, que pressiona os serviços públicos. Ainda assim, Balneário Camboriú se destaca por manter indicadores positivos e por buscar inovações na gestão da saúde pública, priorizando qualidade, eficiência e acolhimento.
Jaguariúna, no interior de São Paulo, destaca-se por oferecer uma rede pública de saúde que busca aliar infraestrutura moderna à humanização do atendimento. O município conta com o Hospital Municipal Walter Ferrari, referência na região, que atende casos de urgência e emergência, realiza internações e exames especializados. Além disso, a cidade dispõe de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) distribuídas pelos bairros, garantindo o acesso descentralizado à atenção primária.
Nos últimos anos, Jaguariúna investiu em programas de saúde preventiva e ampliação dos atendimentos. Destaque para o Saúde em Ação, que promove mutirões de especialidades, vacinação e ações educativas. A cidade também aderiu ao prontuário eletrônico e à telemedicina, otimizando o acompanhamento de pacientes e reduzindo filas. Entretanto, como em muitas cidades de médio porte, há desafios. A demanda crescente por exames especializados, a carência de alguns profissionais e a espera para determinados procedimentos ainda geram críticas da população. Apesar disso, os índices de cobertura da Atenção Básica e de vacinação infantil estão acima da média nacional.

| Hospital Walter Ferrari em Jaguariuna Fotos:Ivair Oliveira Prefeitura Municipal |
A parceria com universidades e o investimento em capacitação dos profissionais da rede municipal mostram o compromisso de Jaguariúna com a qualidade da saúde pública. A prefeitura também tem ampliado os serviços de saúde mental e reforçado a atenção à saúde da mulher, do idoso e da criança. Jaguariúna apresenta um cenário de avanços consistentes, combinando inovação, gestão eficiente e escuta ativa da população — fatores que a colocam como referência em saúde entre os municípios paulistas de seu porte.
Campinas (SP), com seus mais de 1,2 milhão de habitantes, é considerada uma das cidades brasileiras mais avançadas na gestão da saúde pública municipal. A cidade alia investimentos em tecnologia, uma rede ampla de atendimento e estratégias de regulação inteligente para oferecer um sistema de saúde eficiente, acessível e resolutivo. A rede de saúde de Campinas é composta por mais de 60 Unidades Básicas de Saúde (UBS), hospitais públicos e universitários, centros de especialidades, CAPS (Centros de Atenção Psicossocial), UPAs, serviços móveis de urgência e unidades distritais. A cobertura da Estratégia Saúde da Família cresce progressivamente, com equipes atuando diretamente nos territórios.
Um dos maiores diferenciais de Campinas é seu modelo de regulação informatizada. O município desenvolveu um sistema próprio de gestão de leitos, agendamento e monitoramento em tempo real, integrando os níveis de atenção básica, urgência, emergência e hospitalar. O município também adota ferramentas de georreferenciamento, cruzamento de dados e vigilância ativa para antecipar surtos, identificar áreas vulneráveis e orientar campanhas de vacinação e prevenção.
Educação permanente, prevenção e atenção integral é uma das apostas da Secretaria Municipal de Campinas numa ação permanente e continuada de seus profissionais, com formação técnica, protocolos atualizados e ações intersetoriais que envolvem saúde, educação e assistência social. O município também é referência em Saúde da mulher, com mamografias e exames preventivos amplamente ofertados; atenção à saúde mental, com leitos específicos e CAPS regionais; saúde do idoso e da criança, com programas de acompanhamento contínuo; saúde bucal, com cobertura ampliada nas UBSs. Além disso, a cidade realiza ações permanentes de combate à dengue, acompanhamento de doenças crônicas e telemonitoramento de pacientes em situação de risco, utilizando recursos de telessaúde. Apesar dos avanços, Campinas enfrenta desafios comuns a grandes cidades, como o aumento da demanda por atendimentos especializados, pressão sobre a rede de urgência e a necessidade constante de inovação e equidade territorial. Com planejamento, governança e integração digital, a cidade mantém-se como um dos principais polos regionais de saúde pública do Brasil, servindo de referência para outras administrações municipais.
Brasília(DF), como capital do Brasil e coração político-administrativo do país, abriga uma população de mais de 3 milhões de habitantes e exerce um papel estratégico na formulação e implementação de políticas públicas. Entretanto, quando o assunto é saúde pública, o Distrito Federal (DF) enfrenta um paradoxo: apesar de seu status institucional e de contar com alguns dos maiores centros médicos do país, a realidade da saúde pública é marcada por desafios estruturais, financeiros e humanos que comprometem a qualidade do atendimento à população.

| O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) é um hospital público brasileiro, de Brasília, faz parte do Sistema Único de Saúde (SUS). Foto: Divulgação |
Atualmente, cerca de 67,5% da população do DF depende exclusivamente do Sistema Único de Saúde (SUS), o que representa mais de dois milhões de pessoas. A alta demanda, aliada ao subfinanciamento crônico do sistema, tem provocado gargalos no atendimento, superlotação das unidades, escassez de insumos e déficit de profissionais. Em 2025, a Secretaria de Saúde do DF destinou aproximadamente R$ 10,4 bilhões à área, o que corresponde a cerca de 12% do orçamento local. Embora esteja acima do mínimo constitucional, especialistas consideram o valor insuficiente frente às necessidades reais. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), principais portas de entrada para urgências e emergências, estão entre os pontos mais críticos. Muitas operam com capacidade acima do limite, sofrendo com falta de leitos, profissionais e recursos básicos, como ambulâncias e equipamentos. O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde (Iges-DF), responsável por parte dessas unidades, tem sido alvo de críticas de órgãos de controle e parlamentares por má gestão e baixa resolutividade.
Além da sobrecarga nas UPAs, a atenção primária à saúde também apresenta deficiências. A cobertura da Estratégia Saúde da Família está aquém do ideal e, em várias regiões administrativas, a população ainda enfrenta dificuldade de acesso a consultas, exames e medicamentos básicos. As filas para procedimentos especializados e cirurgias eletivas seguem longas, refletindo uma rede fragmentada e insuficiente.
No campo da vigilância epidemiológica, o DF enfrentou desafios expressivos nos últimos anos, como os surtos de dengue e doenças respiratórias. Contudo, em 2025, a Secretaria de Saúde registrou uma queda de 97% nos casos de dengue em comparação ao mesmo período do ano anterior, reflexo de ações mais eficientes de controle e combate ao mosquito Aedes aegypti. Já as síndromes respiratórias continuam em alta, impulsionadas por vírus como o VSR, rinovírus e influenza, exigindo atenção redobrada das autoridades sanitárias. Em paralelo, o governo do DF tem buscado investir em inovação e capacitação profissional. A recente criação da Escola de Saúde Pública do DF (ESP-DF) visa formar e qualificar servidores para fortalecer o SUS local. Já o Centro Integrado de Inteligência Artificial (CIIA-DF) promete modernizar a gestão da saúde, com ferramentas de previsão de demanda hospitalar e transcrição automatizada de atendimentos, ampliando a eficiência dos serviços.
Apesar dos esforços pontuais e avanços tecnológicos, o cenário da saúde pública no Distrito Federal ainda carece de ações estruturantes, aumento real no financiamento, valorização dos profissionais da saúde e expansão da atenção básica. Enquanto isso não ocorrer, Brasília continuará enfrentando os mesmos dilemas das demais capitais brasileiras: um SUS sobrecarregado, profissionais exaustos e usuários em busca de dignidade no cuidado à saúde.
São Caetano do Sul, na região do ABC Paulista, é referência nacional em diversos indicadores sociais — e na saúde pública não é diferente. Com uma das melhores médias do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil, o município apresenta uma rede de atenção à saúde bem estruturada, com forte presença da Atenção Básica e investimento contínuo em tecnologia e qualificação profissional.

| Foto: Letícia Teixeira Prefeitura de S.C.S. SP |
A cidade conta com o Hospital Municipal de Emergências Albert Sabin, unidades de pronto atendimento, centros de especialidades e uma rede de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) que cobre praticamente 100% do território. Um dos destaques é o uso do prontuário eletrônico e o agendamento digital de consultas, que aumentam a eficiência e a transparência no atendimento.
Além disso, São Caetano mantém programas de saúde preventiva e promoção da qualidade de vida, como atividades físicas para idosos, assistência ao pré-natal, vacinação em dia e políticas voltadas à saúde mental e ao bem-estar emocional. O município também se destaca no acompanhamento de doenças crônicas como hipertensão e diabetes, oferecendo suporte multidisciplinar ao paciente. Entretanto, como todo sistema público de saúde, há desafios, como a alta demanda por especialidades e exames de maior complexidade, além da necessidade constante de modernização dos equipamentos e ampliação de parcerias com instituições de ensino e pesquisa.
Ainda assim, os indicadores locais, como baixa mortalidade infantil, alta expectativa de vida e cobertura vacinal, comprovam que São Caetano mantém um padrão elevado de cuidado com a saúde de seus cidadãos, sendo modelo de gestão pública eficiente no Brasil.
Em Jaraguá do Sul (SC), apesar de ser um polo industrial com quase 200 mil habitantes, a saúde pública local vive um momento crítico, marcado por desafios estruturais e operacionais que preocupam gestores e cidadãos, com a constatação de demora nos atendimentos e estrutura deficiente além de recursos insuficientes e pressão orçamentária. Os Vereadores e lideranças municipais têm manifestado preocupação com longas filas, escassez de profissionais e demora no atendimento, especialmente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs). . Há risco real de impacto negativo no fluxo hospitalar caso o município reduza os atendimentos noturnos e estendidos

Já a falta de recursos materiais, insumos e mão de obra têm afetado diretamente a qualidade dos serviços e as estatísticas apontam uma infraestrutura precária que não acompanha o crescimento da demanda. Em resposta, a Câmara Municipal questiona a Prefeitura sobre a possível interrupção do atendimento noturno das UBSs, pedindo transparência e estudos de impacto.
Apesar do cenário crítico, a cidade mantém campanhas de imunização ativas: more de 140 mil pessoas passaram pela Central de Vacinação, com mais de 325 mil doses aplicadas até o momento. Houve confirmação do primeiro óbito por covid-19 em janeiro de 2025 — uma mulher sem comorbidades e sem vacinação — motivando reforço em testagem, vacinação e protocolos de etiqueta respiratória. A quantidade de casos caiu cerca de 76% no comparativo com o início de
Embora Jaraguá do Sul seja reconhecida em alguns casos como referência regional — devido a atuação de estudantes, residentes e políticas integradas os problemas operacionais e estruturais refletem a desigualdade persistente no acesso e oferta de saúde, típica dos sistemas públicos no Brasil. A saúde pública em Jaraguá do Sul enfrenta um impasse: registra avanços notáveis na vacinação e em políticas preventivas, mas sofre com estrutura limitada, escassez de profissionais e pressões no atendimento básico e emergencial. O debate político local aponta para a necessidade urgente de investimentos, ampliação dos serviços e integração entre gestores, conselheiros e comunidade. Somente com ações coordenadas será possível equilibrar qualidade, cobertura e eficácia no atendimento à população.
Portanto, dentro de um universo dos 100 melhores municípios ranqueados e a Saúde das 16 melhores cidades avaliadas acima e tendo como critério de apuração os indicadores como infraestrutura de saneamento básico, dentre outros conceitos considerados polos regionais de saúde apontados no início da nossa reportagem observamos que 39% dos municípios listados são paulistas, 10% paranaenses, 9% mineiros, 7% catarinenses, 5% capixabas, 4% fluminenses e gaúchos, 3% Goiás e Mato Grosso, 2% Ceará, Mato Grosso do Sul, Pará e Pernambuco e 8% aparece o aglomerado de cidades além de Brasília(DF) tais como Aracajú, Teresina, Maceió, Manaus, João Pessoa, Palmas e Salvador que aparece em nono lugar do ranking nacional.
A reportagem da Revista Prefeitos&Governantes ilustra bons exemplos para que um dos grandes pilares, com elevados níveis de dificuldades, enfrentados pelos gestores públicos dos demais 5.554 municípios não avaliados na matéria acima e gerar motivos e provocações que nos remeta a profundas reflexões do real e indispensável papel dos Governos Federal, Estaduais e Municipais assim como das entidades de classe e Sociedade Civil organizada enquanto a Saúde dos brasileiros almeja e carece de ações e soluções que vão muito mais além do que de vacinas.
Da Redação.

