Crédito: Divulgação Semus
Ministério da Saúde libera repasses extras antes do pico epidêmico, permitindo que prefeituras invistam agora em tecnologia, contratação de agentes e limpeza urbana para evitar o colapso das UPAs no verão.
O verão de 2026 se aproxima e, com ele, o alerta vermelho para as arboviroses. Aprendendo com os desafios dos anos anteriores, o Ministério da Saúde decidiu mudar a estratégia: em vez de enviar recursos apenas para tratar os doentes quando a crise já está instalada, a pasta antecipou a liberação de repasses fundo a fundo para os municípios. O objetivo é claro: financiar a prevenção. Para prefeitos e gestores de saúde, essa verba antecipada é a ferramenta vital para evitar que a combinação de calor extremo e chuvas intensas transforme a cidade em um campo de batalha contra o Aedes aegypti.
A antecipação dos recursos exige agilidade administrativa. O dinheiro que chega agora, em dezembro, precisa se transformar imediatamente em ações concretas nas ruas. A lógica é evitar a sobrecarga das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) em fevereiro e março, protegendo a população e o orçamento da saúde.
Tecnologia e Inteligência no Combate ao Vetor
A guerra contra o mosquito não se vence apenas com o tradicional “fumacê”. Os recursos antecipados permitem que os municípios invistam em estratégias modernas e mais eficazes:
Monitoramento com Ovitrampas: Instalação de armadilhas que monitoram a quantidade de ovos do mosquito em tempo real, permitindo que a prefeitura saiba exatamente em qual bairro o foco está crescendo antes que as pessoas adoeçam.
Drones para Áreas de Difícil Acesso: O uso de drones para identificar focos em terrenos baldios murados, calhas entupidas e lajes abandonadas, locais onde os agentes de saúde muitas vezes não conseguem entrar.
Novas Tecnologias de Controle: Aquisição de insumos biológicos mais seguros e eficazes, ou a implementação de projetos com o método Wolbachia (bactéria que impede o mosquito de transmitir a doença), onde disponível.
O Fator Humano: Agentes e Comunidade
Apesar da tecnologia, o combate à Dengue e à Chikungunya continua sendo uma batalha vencida no “porta a porta”. A verba extra é fundamental para:
Valorização dos Agentes (ACEs): Garantir o pagamento de adicionais, compra de uniformes e equipamentos de proteção adequados para os Agentes de Combate a Endemias, que são a linha de frente dessa operação.
Mobilização Social (Dia D): Organizar mutirões de limpeza urbana e campanhas de comunicação massiva. A prefeitura precisa engajar o cidadão, pois 80% dos focos do mosquito ainda estão dentro das residências. O gestor deve liderar pelo exemplo, garantindo que os prédios públicos e escolas municipais estejam livres de focos.
A mensagem do Ministério é de que não há tempo a perder. A “Operação Verão 2026” já começou, e o sucesso da gestão municipal será medido pela capacidade de transformar esses recursos em prevenção, saúde e vidas salvas.
Fonte: Ministério da Saúde

