Crédito: Energia eólica | Reprodução
Política ambiental é instrumento de pressão contra o desenvolvimento das nações mais pobres
Atualmente, os países atrasados estão sob crescente pressão das nações imperialistas, que, sob o pretexto de “tornar o mundo um lugar melhor, reduzindo a poluição”, impõem políticas que limitam o desenvolvimento dos demais. Essa pressão, disfarçada de proteção ambiental, visa impedir que os países oprimidos alcancem o crescimento industrial.
As potências imperialistas, que há décadas poluem o planeta com suas indústrias, agora promovem uma “agenda verde” como instrumento para um neocolonialismo, afirmou Vladimir Putin recentemente. Segundo o portal Sputnik, essa “agenda” busca, na verdade, um controle econômico estratégico para limitar o avanço de nações concorrentes.
Na COP 29, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024, foi anunciado um acordo para o mercado de “permissões de emissão de carbono”. Embora essa iniciativa tenha o objetivo declarado de reduzir a degradação ambiental, algumas das medidas propostas podem ter implicações menos benéficas do que aparentam.
A disputa central gira em torno do petróleo, fonte essencial de energia e matéria-prima para a indústria global, vital para a produção de plásticos, borrachas e equipamentos médicos. Sem ele, a economia global sofreria severamente, e o bem-estar da população estaria em risco.
A energia é o fator principal para o desenvolvimento industrial. Sua disponibilidade e custo afetam diretamente a competitividade das nações. A recente crise de gás na União Europeia, que perdeu acesso ao gás barato da Rússia após a destruição dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, ilustra bem isso: sem o gás russo, as indústrias europeias perderam competitividade ao precisar importar gás a preços elevados, encarecendo seus produtos finais.
A crise do imperialismo leva as potências dominantes a adotar políticas mais agressivas para conter o desenvolvimento de nações oprimidas, como China, Rússia, Índia e Brasil, que integram o bloco BRICS+. A “agenda verde” é uma dessas estratégias, criada para evitar que esses países completem o processo de industrialização e se tornem concorrentes fortes no mercado global.
Além disso, a imposição de sanções comerciais e financeiras tem mostrado limitações, já que alguns países conseguem desenvolver alternativas e contornar esses bloqueios. Rússia, Irã e China, por exemplo, aumentaram sua produção e fortaleceram sua autonomia apesar das sanções. Esses países têm consolidado suas soberanias, resistindo ao controle imperialista.
Esse cerco econômico fez com que as nações afetadas se aproximassem, firmando acordos de troca mais justos entre si, sem as cláusulas desiguais impostas pelas potências desenvolvidas, que usam seu poder econômico e militar para influenciar esses acordos.
O Brasil é outro exemplo de país pressionado pela “agenda verde,” tanto por influências externas quanto internas, para evitar a exploração de suas vastas reservas de petróleo. Esse recurso poderia acelerar o desenvolvimento industrial e melhorar a qualidade de vida da população brasileira. A verdadeira intenção por trás dessas restrições é a de manter o Brasil dependente de importações, beneficiando principalmente EUA e União Europeia.
Se o governo brasileiro não se posicionar em defesa de seu desenvolvimento industrial e tecnológico, o País corre o risco de continuar perdendo indústrias, empregos e renda nacional, o que pode levar a um colapso econômico. A questão, portanto, é de sobrevivência nacional.
As tecnologias propostas pela “agenda verde” nem sempre são viáveis para países atrasados, onde fontes de energia renovável muitas vezes não conseguem suprir a demanda. Por exemplo, a energia eólica, além de ter alto custo de instalação, apresenta limitações de eficiência e causa impactos ambientais, como desmatamento e poluição sonora.
A substituição da frota nacional por carros elétricos também representa um desafio. Esses veículos são caros, exigem uma manutenção custosa e aumentam a demanda por eletricidade, que requer investimentos em geração de energia.
Diante desses obstáculos, vários países estão reconsiderando a transição ambiental. França e Alemanha, por exemplo, já cogitam retomar a construção de usinas nucleares e reabrir plantas de carvão, apesar de sua alta emissão de poluentes.
Fonte: Diário Causa Operária