IPCA: preços sobem 0,52% em dezembro e têm alta de 4,83% em 2024, diz IBGE

Crédito: Vitrine com carnes brasileiras em loja do grupo francês Carrefour, em Curitiba/PR — Foto: RODOLFO BUHRER/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO

Com o resultado, a inflação de 2024 estourou o teto da meta. Em dezembro, os preços subiram, mais uma vez, puxados pela alimentação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, mostra que os preços subiram 0,52% em dezembro, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2024, a inflação teve alta de 4,83% e ficou acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A meta para o ano era de 3% e seria considerada formalmente cumprida se ficasse em um intervalo entre 1,5% e 4,5%.

O resultado de dezembro mostra uma aceleração da inflação em relação à novembro, quando o IPCA subiu 0,39%. Já em dezembro de 2023, a inflação foi de 0,56%.

A inflação do mês veio em linha com as expectativas do mercado financeiro.

Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta nos preços em dezembro, com destaque para o grupo de Alimentação e bebidas.

Foi a maior alta percentual no mês, de 1,18%, e também o maior impacto sobre o índice, de 0,25 ponto percentual (p.p.). Foi o quarto aumento consecutivo dos alimentos, puxados principalmente pelas carnes. Entre setembro e dezembro, elas acumularam alta de 23,88%.

O gerente da pesquisa do IPCA, André Almeida, explica que, embora a alta dos alimentos seja causada por fatores como a destinação de safras para exportações, por exemplo, “as questões climáticas exerceram uma forte influência sobre esses itens”.

O grupo de Habitação foi o único que registrou queda em dezembro, de 0,56%. O impacto no índice geral foi negativo, de 0,08 p.p.

Veja o resultado dos grupos do IPCA em dezembro

  • Alimentação e bebidas: 1,18%;
  • Habitação: -0,56%;
  • Artigos de residência: 0,65%;
  • Vestuário: 1,14%;
  • Transportes: 0,67%;
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,38%;
  • Despesas pessoais: 0,62%;
  • Educação: 0,11%;
  • Comunicação: 0,37%.

Alimentação segue subindo, mas conta de luz traz alívio

Pelo quarto mês, o grupo de Alimentação e bebidas teve o maior impacto sobre a inflação. Essa alta foi puxada tanto pela alimentação no domicílio, com um avanço de 1,17% dos preços em dezembro, quanto pela alimentação fora do domicílio, que teve alta de 1,19%.

No consumo das famílias dentro de casa, as maiores altas vieram das carnes. O avanço médio dos preços foi de 5,26%, mas alguns cortes registraram altas mais acentuadas que outros. Os destaques ficam com costela (6,15%), alcatra (5,74%) e contrafilé (5,49%).

Ainda no campo das altas, o óleo de soja e o café moído tiveram forte impacto sobre a inflação em dezembro, com altas de 5,12% e 4,99%, respectivamente.

Entre as baixas, os destaque foram o limão (-29,82%), a batata-inglesa (-18,69%) e o leite longa vida (-2,53%).

Já na alimentação fora do domicílio, os dois subitens tiveram altas: a refeição fora de casa subiu 1,42% no mês, enquanto os preços dos lanches avançaram 0,96%.

Outro grupo com um peso importante na inflação de dezembro foi o de Transportes, com impacto de 0,14 p.p. sobre o índice.

A alta foi puxada, principalmente, pelo aumento nos preços do transporte por aplicativo, que dispararam 20,70% no mês. Também tiveram alta as passagens aéreas (4,54%) e os combustíveis (0,70%). Entre os combustíveis, as altas foram as seguintes: etanol (1,92%), óleo diesel (0,97%), gasolina (0,54%) e gás veicular (0,49%)

O único grupo a apresentar queda nos preços em dezembro, porém, foi o de Habitação puxado pela redução da energia elétrica residencial.

A conta de luz teve uma baixa de 3,19% no mês, consequência do retorno da bandeira tarifária verde, que não cobra valores adicionais pela energia consumida.

Preços monitorados e serviços

A inflação de serviços teve uma desaceleração em dezembro, passando de 0,83% no mês anterior para 0,66%. No entanto, no acumulado em 12 meses, os serviços acumularam alta de 4,78%, acima dos 4,71% observados em 2023.

No mês, a alta foi puxada por serviços relacionados ao turismo e transportes por aplicativos.

Já os preços monitorados pelo governo recuaram 0,17% em dezembro, de um recuo de 0,87% em novembro, por conta da redução dos preços da energia elétrica residencial. Em 12 meses, acumulam alta de 4,66%.

Fonte: Portal G1

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