Sistema Cantareira passa a operar em estado normal, mas o volume continua abaixo da média, segundo a Sabesp

O Sistema Cantareira teve uma boa semana na recuperação do nível armazenado. Nesta sexta-feira (4) o nível chegou a 36,9%, de acordo com dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais) e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O volume armazenado em relação à capacidade aumentou 6,2% em sete dias, já que há uma semana o nível estava em 30,7%. Já no comparativo com um mês atrás, o volume de água armazenada em relação à capacidade aumentou 11,4%.

Porém, no comparativo com anos anteriores, o volume atual ainda está abaixo. Há um ano o Cantareira operava com 42,9% da capacidade. A última vez que em 4 de fevereiro o nível esteve abaixo dos atuais 36,9% foi em 2016, quando o estado começava a se recuperar da crise hídrica, e o reservatório operava com 16,7% da capacidade.

O Cantareira abastece parte da Grande São Paulo, e também as cidades da Bacia dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, a Bacia PCJ, caso de alguns municípios da região de Campinas. Com bons níveis, os rios da região dependem menos da liberação de água do Cantareira, e nesta sexta essa liberação do reservatório para a Bacia PCJ está em 1,6 metro cúbico por segundo.

Histórico

As chuvas acima da média registradas no fim de janeiro em São Paulo levaram o Sistema Cantareira, pela primeira vez desde setembro, a fechar um mês com mais de 30% de sua capacidade. Com o aumento do volume, o sistema deixa o estado de restrição —o segundo mais grave— e passa a operar em estado de alerta. A escala da Sabesp para medir o volume útil dos reservatórios e classificar a gravidade da situação aponta como normal um nível igual ou maior que 60%. Quando o nível fica entre 40% e 60%, o estado é de atenção. Entre 30% e 40%, de alerta. Entre 20% e 30%, o estado é de restrição. Abaixo de 20%, o nível é considerado crítico. A fase muda de acordo com o dado da virada do mês, como aconteceu no fim de janeiro.

A chuva no primeiro mês do ano superou a média em 14%, segundo o Cemaden. A precipitação foi de 299 mm contra um número esperado de 263,7 mm. No entanto, segundo Luz Adriana Cuartas, pesquisadora de hidrologia do Cemaden, para um período de estiagem confortável, é previso que haja uma precipitação 25% maior do que a média histórica nos próximos meses. “Nos últimos meses tem chovido abaixo da média, nessa estação chuvosa choveu abaixo da média. Só em janeiro que choveu acima da média e choveu principalmente nos últimos dias”, diz Cuartas.

A chuva intensa não garantia instantânea de reservatório mais cheio, por dificultar a penetração da água no solo e retardar o aumento do volume. “No momento que as chuvas começam a ficar na média, o reservatório ainda não fica, porque o nível abaixo do solo ainda não está recuperado”, afirma a pesquisadora.

Segundo ela, é difícil prever um desfecho para fevereiro, já que “tem muita variabilidade nesta época do ano, e na região sudeste os modelos ( atmosféricos que são usados para fazer previsões de chuva e temperatura) não são muito confiáveis”.

Da Redação, com informações da Sabesp

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