O novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro na semana passada, irá substituir o diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Souza. Será a segunda troca na Diretoria-Geral do órgão, que no início do governo Bolsonaro foi chefiado pelo delegado Maurício Valeixo, indicado pelo ex-ministro Sérgio Moro. Também será trocado o chefe da Polícia Rodoviária Federal, Eduardo Aggio. Os novos chefes da PF e da PRF devem ser anunciados até o fim da semana.
Durante a gestão Rolando de Souza, a PF abriu inquéritos que incomodaram Bolsonaro. O mais recente deles, iniciado em março, investiga negócios envolvendo Jair Renan Bolsonaro, o filho “Zero Quatro” do presidente. Segundo a procuradoria da República no Distrito Federal, o objetivo é saber se houve crime de tráfico de influência e lavagem de dinheiro envolvendo um grupo empresarial do setor de mineração e o filho de Bolsonaro.
Também foi aberto inquérito contra o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello para apurar se ele cometeu crimes na gestão da pandemia. Outras duas apurações em andamento na PF que interessam indiretamente o presidente são as que tratam dos atos antidemocráticos e o chamado inquérito das fake news.
A definição sobre a mudança na PF foi feita após uma conversa entre Bolsonaro e o ministro, empossado na semana passada. Delegado de carreira, Torres mantém relação próxima com o presidente desde o tempo em que os dois trabalhavam na Câmara dos Deputados — enquanto Bolsonaro foi deputado federal, o agora ministro foi assessor legislativo de uma associação de delegados Polícia Federal e também foi chefe de gabinete do deputado Fernando Francischini (PSL-PR).
Editado por Diana Bueno – Prefeitos & Governantes
Fonte: Agência Brasil e Estadão